Morais Cardoso


Aracy começava a se preocupar, há mais de 40 minutos Isadora havia saído para ir à mercearia e ainda não havia chegado. Aliás, o menino em menos de uma hora precisava ir à escola e não podia se atrasar.
“A mercearia não deve estar tão cheia assim e ela fica a menos de 10 minutos! Será que aconteceu alguma coisa? Ah, deixe disso! É claro que não aconteceu nada... Ela deve ter esquecido alguma sacola e voltou para buscá-la.” – pensa Aracy.
O menino sai do banho e pergunta sobre Isadora, Aracy diz que logo ela chega.
A campainha toca e Aracy pensa: ”Nossa, será que ela perdeu a chave?”. Ela vai atender a porta e se assusta quando vê uma viatura de polícia e um policial na sua frente.
“Senhora Aracy?” – pergunta o policial.
“Sim, ela mesma. Aconteceu alguma coisa?” – indaga aquela senhora.
“A senhora conhece alguma Isadora? Este endereço estava dentro da carteira da jovem junto com o nome da senhora para chamar em caso de emergência.” – diz o policial.
“Oh meu Deus! Ela é minha empregada e babá, uma filha para mim. Ajuda-me em tudo. Agora, me diga senhor policial... O que aconteceu?” – pergunta Aracy trêmula.
“Infelizmente ela foi atropelada há pouco menos de 30 minutos, passávamos pela estrada quando vimos seu corpo caído, ela estava desacordada. O motorista fugiu, mas já começamos as buscas. Ela foi levada ao hospital no centro da cidade, está em estado gravíssimo... Aqui, este é o endereço. Qualquer coisa que precisar, estamos a sua disposição. Sinto muito” – diz o policial e logo se retira.
Aracy mal podia acreditar no que ouvia. Isso não poderia estar acontecendo, pensava. Ela chama o menino e pega suas coisas para ir ao hospital, diz ao menino que Isadora está muito mal, mas não entra em detalhes. O menino começa imediatamente a chorar.
Por um momento, Aracy se lembra do que conversaram semanas atrás:
“Sabe Aracy, a senhora sabe que eu gosto muito, mas muito mesmo do Henrique, considero ele como um filho para mim... Se algum dia algo acontecer comigo, por favor, dê a ele a imagem de Nossa Senhora que guardo com tanto zelo. Ele sempre me pede, mas ele é novo ainda e quando chegar a idade certa eu darei a imagem a ele. Mas, lembre-se, se algo de ruim vier a acontecer comigo, não hesite! Dê ao menino a imagem, por favor”.
“Ah, deixe disso Isadora! Você é jovem e tenho certeza, viverá muito mais que essa velha aqui!” – diz Aracy gargalhando.
“Parecia que ela estava pressentindo que algo ruim iria acontecer... Não, não. Isadora ainda viverá muito! Tenho certeza disso.” – pensa Aracy convicta.
Em pouco tempo chegam ao hospital, pois, por sorte uma condução passava por ali naquele momento. Aracy pergunta à enfermeira onde estava Isadora e a enfermeira disse que em pouco tempo começaria a cirurgia de emergência, ela estava realmente muito mal. Ao ouvir isso, o menino se desespera e começa a rezar à Nossa Senhora: “Isso não pode acontecer no meu aniversário...” – diz o menino. Aracy o abraça e ambos começam a chorar.
Depois de algumas horas e de muito consolar o pobre menino, o médico aparece para dar a notícia. Todos estavam esperançosos de que a cirurgia havia sido um grande sucesso. Os olhos do menino brilhavam de esperança. O médico, então, começa a falar. CONTINUA.

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Para ler as outras partes dessa emocionante história, clique abaixo:
Parte 1
Parte 2
Parte 3

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One Response so far.

  1. Anônimo says:

    Opaaa...Já vi que tem coisa boa por aqui...Blog de primeira heim!! Um Abraço

    http://acoesdamente.blogspot.com/

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