Morais Cardoso



“O menino está estável, mas infelizmente não conseguimos salvar sua mão, ela teve eu ser amputada. Sinto muito.”

Os pais começaram a chorar imediatamente. “É tudo culpa minha!”- dizia o pai inconsolável – “Se não fosse pela minha estupidez de colocar aquele pedaço de pano no buraco que estava no chão, nada disso teria acontecido. Oh não, meu Deus!”

O médico então continuou: ”Apesar de tudo, a cirurgia foi considerada um sucesso. Não houve dano cerebral ou na coluna, mas o menino precisará de um acompanhamento com um fisioterapeuta durante alguns meses, por precaução e para ele se reabilitar completamente. Não se preocupe, tudo dará certo. Temos pessoas aqui altamente especializadas para dar a ele condições de uma vida normal.”

Valquíria apertou fortemente a mão de seu marido. Estava arrasada.

“Ele logo irá acordar. Assim que ele estiver apto nós chamaremos vocês para vê-lo” – terminou o médico, que se retirou.

Alguns minutos depois uma enfermeira chamou os pais de Pablo, que havia acordado a pouco. O menino não tinha ideia de que tinha perdido a mãozinha.

“Mamãe! Papai!” – gritou o menino emocionado ao ver os pais – “O que aconteceu? Por que estou aqui? Papai, você viu a bandeira que eu comprei pra você, gostou?”

Os pais de Pablo esforçaram-se para não começar a chorar.

“Tudo bem filhinho, não aconteceu nada... Não se preocupe. Eu amei a bandeira. Muito obrigado... Mas, e você, meu amor, está se sentindo melhor?” – disse o pai, emocionado

“Estou bem papai, mas o que aconteceu com minha mãozinha? Por que ela está enfaixada? Eu não estou sentindo minha mãozinha papai! Me ajude!” – disse o menino aterrorizado aos prantos

O pai e a mãe não aguentaram e começaram a chorar desesperados. Valquíria tocou no braço do menino, no local onde deveria estar a mãozinha e tentou controlar-se, dizendo que tudo ficaria bem. Já o pai simplesmente não conseguia dizer nada. Apenas chorava.

Era difícil dizer a uma criança de apenas cinco anos que ela nunca mais teria a mão de volta. Para os pais, era insuportável ter que conviver com essa ideia. CONTINUA.



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